sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Retorno Abençoado


Nesse sábado a equipe de produção do filme SEnhora dos Remédios retomam as gravações. A cena e ser rodada na cidade de Fronteiras retrata um sonho do personagem central Tlção onde a Virgem dos Remédios lhe aparece anunciando que ele será protagonista de um grande feito na cidade de Picos!
No domingo as gracações seguem em Picos, na localidade Vaca Morta, onde será rodada a ida de jovens picoenses para a guerra dos Balaios. A cena envolverá mais de 50 jovens.

Estão escalados para as cenas do SÁBADO, além da equipe técnica:

Sávio Barão - Negro Tição
Rosângela Rocha - Senhora dos Remédios

Estão escalados para as cenas do DOMINGO, além da equipe técnica e figuração:

Anderson - Filho do Vaqueiro
Vilebaldo Rocha - Vaqueiro
Ellton Arthur - Filho do coronel Victor
Douglas Nunes - Capitão da guarda Oeirense
Pedro Moura - Oficial Oeirense
A pequena Ana

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Revista Mais Foco "Senhora dos Reméios - Polêmica à Vista"

A nova edição da Revista Mais Foco traz uma matéria especial sobre o filme Senhora dos Remédios. A edição que está nas bancas ao preço de R$5,00(cinco reais) entrevistou o diretor do longa metragem, que falou sobre todo o processo de gravação, o enredo, os atores e bastidores da produção.
Vale a pena conferir e ter em casa. A matéria traz ainda várias fotos dos atores em cenas do filme.
A seguir alguns trechos da entrevista que você encontrará na revista.

As gravações do filme Senhora
dos Remédios seguem conforme
o cronograma estabelecido
pelo cineasta e ator Flávio
Guedes, de 30 anos, e a equipe
de atores do PBC – Projeto
Bar Cultural, de Picos. O longa
metragem tem imagens gravadas desde
setembro passado, em Picos – na
zona rural, principalmente na Fazenda
Boqueirão, pertencente ao jurista Coelho
Rodrigues e na Casa do Doutor
Fonseca - e em Oeiras – em sua arquitetura
colonial.
Com participação dos atores Sávio
Barão, Vilebaldo Rocha, Jesualdo Alves,
Juscelino Moura, Douglas Nunes e mais
de cinco dezenas de co-atores e figurantes,
o filme está previsto para estrear
até o meio do ano de 2010.Segundo
Flávio Guedes, o filme contará
parte da história de Picos e a sua participação
na Guerra dos Balaios, no
Maranhão e a epopeia vivida pelo escravo
que vai a Salvador para trazer a
imagem da padroeira Nossa Senhora
dos Remédios para a cidade de Picos.
São mais de mil quilômetros que
foram percorridos pelo negro para trazer
a santa para Picos. Sua recompensa,
conta a história oficial, foi à expedição
da carta de alforria. O escravo,
vivido por Sávio Barão, chega em Picos,
com os ombros esfolados pelo esforço
em trazer a imagem católica.
Flavio Guedes produziu o roteiro
adaptando outros personagens misturando
ficção e os fatos do século XVIII.
O filme contará o drama vivido pelos
escravos que são maltratados, sexualmente
abusados, acorrentados em
troncos e açoitados, e também o drama
vivido por aqueles que são obrigados
a participarem de uma guerra que
não lhes pertencia – a Balaiada.
João das Dores, um dos vaqueiros
do coronel Vitor de Barros, faz uma
promessa em prol dos filhos dos
picoenses que tinham ido lutar na guerra
dos Balaios, que se voltassem com
vida, uma imagem de Nossa Senhora
dos Remédios, seria doada pelo Coronel
Vitor de Barros.
REVISTA MAIS FOCO - O que você
está fazendo atualmente?
Flávio Guedes - Atualmente estou
me dedicando ao filme de longa
metragem Senhora dos Remédios, que
roteirizei e vou dirigir; que versa sobre
a chegada da imagem de Nossa
Senhora dos Remédios a Picos; uma
adaptação do texto de Mundica Fontes
e Ozildo Albano, onde foram inseridos
alguns personagens fictícios para mostrar
através deles a suposta vida cotidiana
da época. O filme tem com o pano
de fundo a Guerra dos Balaios e terá
filmagens na fazenda Boqueirão, em
engenhos da Vaca Morta, em Oeiras,
no Museu de Artes Sacra (antigo Palácio
do Governo) e internas na casa de
Dr. Fonseca. Embora embasada numa
história real é preciso acentuar que se
trata de uma obra de ficção. Os principais
personagens são Negro Tição
(Sávio Barão), Coronel Victor de Barros
(Jesualdo Alves), Vaqueiro João das
Dores (Vilebaldo Rocha). No elenco temos
43 personagens fixos e mais 50
figurantes.
REVISTA MAIS FOCO - O que se
pode esperar do filme sobre a chegada
da imagem de Nossa Senhora dos
Remédios a Picos?
Flávio Guedes - O filme não será
um documentário, mas uma obra de
ficção. Apesar de contarmos com
personagens que realmente existiram
como o Coronel Victor de Barros, o vaqueiro
João das Dores e o negro (cujo
nome não se preservou na história) que
denominamos de Tição, foram criadas
uma série de estórias para dar sentido
e justificar os acontecimentos, para denunciar
a animalidade da escravidão,
para que quem assista possa questionar
os fatos e sair com algum aprendizado
para sua própria vida.
REVISTA MAIS FOCO - Quanto
tempo deve demorar essas filmagens
e quando está prevista a estréia?
Flávio Guedes - As filmagens devem
ter início na primeira semana de
outubro e queremos concluir até o final
de dezembro. Aí começa o processo
de edição, que é mais demorado,
com estréia prevista para 2010.
REVISTA MAIS FOCO - Qual o orçamento
para este filme? De onde vem
a fonte de financiamento?
Flávio Guedes - Por se tratar de
um filme de época os gastos são muitos,
principalmente com figurino, que
está sendo desenhado por Mundica
Fontes; Estamos conseguindo apoio da
rede lojista da cidade no tocante ao
figurino, com pessoas físicas que também
estão contribuindo, com a Prefeitura
Municipal de Vila Nova do Piauí
que também abraçou o projeto. Em
valores brutos o orçamento está em
28.000,00(vinte e oito mil reais).
REVISTA MAIS FOCO - De quem
foi à idéia de filmar a história da Padroeira
de Picos?
Flávio Guedes - A idéia foi minha,
que já sentia vontade de ampliar o texto
para o teatro, mas depois de realizar
os curtas veio a idéia de fazer o longa
com a história da padroeira, e foi prontamente
abraçada por todos, especialmente
por Sávio Barão que tem se
entregado completamente ao projeto.
REVISTA MAIS FOCO - Quem
está ajudando a preparar os roteiros,
os figurinistas, as cenas e os atores
coadjuvantes?
Flávio Guedes - O roteiro é de minha
autoria, com base na peça de
Mundica e Ozildo e em alguns documentos
(como cartas de Victor de Barros
e do Capitão da Guarda de Oeiras)
e relatos populares. O figurino é de autoria
de Mundica Fontes que tem
pesquisado tons, tecidos e moda da
época. E a direção cênica e preparação
dos atores são de Flávio Guedes e
Jesualdo Alves.
REVISTA MAIS FOCO - Quais são
os maiores obstáculos para esta empreitada?
Flávio Guedes - A maior dificuldade
ainda é o apoio financeiro, pois se
já é difícil conseguir com o PBC para o
teatro, em que o grupo já provou ser
excelente e já vem com 16 anos de
trabalho, imagina em cinema, que para
nós é uma linguagem completamente
nova.
REVISTA MAIS FOCO - A partir de
quais fontes será contada essa história?
Flávio Guedes - A história começa
no início do século XX com os descendentes
do escravo que trouxera a imagem.
Sua suposta filha, uma negra já
em tempos de liberdade relembra e
conta a seus netos a sofrida estória de
seu pai. No enredo, passamos por várias
fazes da vida dos personagens centrais,
Tição e Victor de Barros, que vai
desde a infância, passando pela adolescência
e faze adulta.
REVISTA MAIS FOCO - Existem
espaços para discussões religiosas, filosóficas
e comerciais em torno desta
filmagem sobre a chegada de Nossa
Senhora dos Remédios?
Flávio Guedes - A história nos conta
que o escravo teria sido enviado a
Salvador a pé para buscar a imagem;
como as fontes que relatam o fato são
escassas, ficcionei as razões disso a
partir dos questionamentos: - por que
Victor de Barros mandaria um escravo,
que poderia fugir no percurso? –
Por que ele foi enviado a pé numa distância
tão grande e não de carruagem
ou carroça? Por que não enviar um empregado
liberto? Essas perguntas são
respondidas na ficção do enredo. Picos
é retratada quando ainda seu maior
santo era São José e seu templo
maior, a igrejinha que hoje é consagrada
ao Coração de Jesus, e ainda
era pertencente a Bocaina.
REVISTA MAIS FOCO - Poderá
haver polêmica com o conteúdo do filme?
Flávio Guedes - Poderá haver polêmica
sim, não intencionalmente, mas
como apesar de ficção estamos lidando
com personagens que também existiram
e cujas famílias ainda existem em
Picos, não sabemos como será a reação
diante das personalidades dadas
aos personagens reais da obra. Só
espero que seja bem compreendido
pois tudo se dá para justificar o comportamento
escravocrata da época e
os fatos que ocasionaram a Guerra dos
Balaios que também chegou até nós
piauienses.
REVISTA MAIS FOCO - Quais são
as expectativas dos atores e das pessoas
mais diretamente envolvidas?
Flávio Guedes - A expectativa dos
envolvidos é grande, de todos os que
abraçaram a idéia. Todos já estão com
seus roteiros em mãos, estudando e
construindo seus personagens e já não
vêem a hora de começarem as filmagens.
Há ainda a idéia de se publicar o
roteiro em forma de livro com fotos tiradas
durante este período de produção,
mas essa será uma iniciativa particular
e pro final de 2010